Muito embora a maior parte da direita e da esquerda esteja defendendo apaixonadamente seus candidatos à presidência, nos bastidores poderia apostar que um misto de ansiedade e medo ronda as equipes tanto de Dilma Roussef quanto de Aécio Neves – no mínimo, suas equipes econômicas.
A retórica eleitoral é em si uma arte – não a arte da literatura ou da oratória, mas a arte da guerra, em suas táticas e estratagemas, passando em palavras os ataques e defesas que (ainda bem) deixamos de fazer através do uso das armas.
Ao contrário do que o senso comum leva as pessoas a pensar, a guerra não é um vale tudo. Possui códigos de conduta, leis internacionais, toda uma sorte de regulações para que no fim haja alguém vitorioso e não dois derrotados pela carnificina sem limites. O mesmo é válido para o combate retórico. Nessas eleições, os dois partidos em campanha também combinaram as linhas que não poderiam ultrapassar.
Evidente que ofensas pessoais por um bom tempo não ficaram fora desse limite, mas outras coisas ficaram. Uma delas – a meu ver uma das mais centrais – é a baixíssima quantidade de motivos para encarar com otimismo o mandato presidencial 2014-2018, ao menos do ponto de vista da economia, que é o que enfatizarei neste artigo. Em toda a sua história econômica, não me recordo do nosso país ter ficado mais de 10 anos sem passar por alguma crise econômica, embora nem sempre tenham sido gravíssimas. De 2002 a 2012 o país cresceu muito, as contas externas foram em geral favoráveis, acumularam-se reservas de centenas de bilhões de dólares nos cofres do Banco Central, o mercado interno prosperou o suficiente para que a crise internacional não afetasse as taxas de desemprego e uma série de políticas econômicas progressistas – a principal delas, a meu ver, a política de valorização do salário mínimo – garantiram que o crescimento econômico fosse acompanhado da redução da desigualdade medida pelo índice de Gini.
Pois bem, o problema é que aparentemente estamos chegando no fim de um ciclo econômico, e é questionável se o governo – qualquer governo, vale a pena frisar – terá capacidade de atenuar ou reverter essa tendência. Vamos a alguns números:
(1) Contas externas:
Em setembro desse ano tivemos o maior rombo nas contas externas em mais de 10 anos. Simultaneamente, os preços dos produtos primários – principal componente da pauta exportadora brasileira – apresentou forte queda nesse ano. O preço internacional da soja, petróleo e ferro caíram, revertendo o padrão do período 2002-2009 onde o forte crescimento chinês fez os preços dispararem e agraciou o Brasil com enormes superávits.
(2) Crise internacional:
EUA e União Europeia já estão com taxas de juros reais negativas há anos. No entanto, enquanto o primeiro se recupera, notícia de ontem (25/10) da The Economist aponta que provavelmente a UE esteja caminhando para uma recessão com deflação de preços – um sinal econômico terrível que não raro inaugura uma série de efeitos em cascata, como instabilidades cambiais, falências de bancos e outras instituições financeiras, queda de investimento, demissões e quebra de empresas. Dado que as taxas de juros já estão baixas demais, a autoridade monetária europeia tem pouco espaço para combater essa crise através de novas emissões. Resta a política fiscal: coordenar investimentos públicos e políticas fiscais expansionistas para reverter a tendência recessiva e deflacionária. O problema: a UE tem sérios problemas de coordenação nesse campo, o crescimento da Alemanha minguou, Itália e Espanha continuam com taxas de desemprego entre os jovens de mais de 40%, os Estados continuam extremamente endividados. Uma crise geral e deflacionária na zona do euro pode impactar ainda mais o comércio internacional, e as exportações brasileiras que já estão mal das pernas ficarão ainda piores. Os preços das commmodities também podem cair ainda mais.
(3) Preços administrados:
Se a Petrobrás perdeu valor para segurar o preço da gasolina, agora que o preço internacional do petróleo caiu o preço atual da gasolina estaria relativamente equilibrado – porém, sem reajuste, os saldos negativos anteriores não serão compensados. Enquanto nos combustíveis é difícil antever o que será decidido devido a esse quadro tenso, na energia elétrica há forte indício de que os preços precisarão subir novamente. As hidrelétricas do Estado de SP estão operando muito abaixo da capacidade devido à seca, e isso está sendo compensado pelo aumento da produção de energia através de termoelétricas menos eficientes, aumentando os custos por kW/h. Se os preços não aumentarem, o Estado e as companhias elétricas vão dividir o bilionário ônus do prejuízo. Se os preços aumentarem, o preço de praticamente todos os produtos terão de ser reajustados dado que dificilmente algo é produzido sem a utilização de energia elétrica. Indústrias que dependem ainda mais da energia podem inclusive fechar as portas. Tanto uma opção quanto a outra tem vantagens e desvantagens distintas, mas apontam no mesmo sentido pessimista para o desempenho econômico do país. Inflação e/ou redução da atividade econômica, e/ou deterioração das contas públicas. Não há saída fácil.
(4) Fim da regra de valorização do salário mínimo?
O fato de que a regra de reajuste do salário mínimo que vigorou a partir de 2005 (inflação anual + crescimento do PIB de 2 anos atrás) vencerá em 2015 não foi julgado pelos marqueteiros eleitorais como um ponto importante para se eleger um presidente, embora os candidatos tenham feito compromissos verbais com a manutenção da regra. Na prática, os conservadores há anos querem derrubar essa regra de reajuste. Afinal, desde o golpe militar de 64 e o PAEG de Campos-Bulhões o país viveu quase 40 anos de arrochos salariais, com o salário mínimo sequer cobrindo a inflação, quanto menos a produtividade. Nos últimos 9 anos houve um crescimento real de 72% do salário mínimo, algo cuja importância não pode sob nenhuma hipótese ser subestimada. No entanto, existem críticas crescentes, vindas em geral de setores aliados ao PSDB, de que o salário mínimo cresceu demais, e que a vinculação do salário mínimo com as aposentadorias do INSS está destruindo as contas públicas. Devemos esperar que um governo Aécio tente desvincular a aposentadoria do salário mínimo? Devemos esperar que o salário mínimo pare de ter uma regra de reajuste? Qual é a proposta do PT para lidar com a previdência? Com o Congresso mais conservador desde 1964, quais são as possibilidades de votar uma nova lei de reajuste do mínimo? A resposta é: não sabemos. Um assunto fundamental para as dezenas de milhões de pessoas que dependem do mínimo ou de aposentadorias, passou praticamente batido pelas campanhas eleitorais.
Existem outros sinais preocupantes, mas acredito que esses quatro já sejam suficientes para ficar com o pé atrás. O curioso é como as diferentes campanhas deixaram de lado qualquer discussão séria sobre isso.
Da parte de Aécio Neves, o PSDB adotou a (infantil) tentativa retórica da “profecia autorrealizável“. Apesar de não haver absolutamente nenhum registro estatístico e nenhuma teoria econômica que diga que a confiança no presidente possa gerar aumento do investimento e dos indicadores econômicos, os marqueteiros evidentemente estão mais preocupados com a guerra retórica do que com o debate econômico sério. Na realidade, muitos dos problemas econômicos pelos quais o país está passando neste exato momento estão fora da alçada do executivo solucionar, seja quem for o presidente. Nos debates em que participou, Armínio Fraga, cotado para Ministro da Fazenda do hipotético governo Aécio, repetiu diversas vezes os mantras “arrumar a casa”, “transparência” e “previsibilidade” na gestão governamental. Curiosamente, esses três termos são bem pouco transparentes e dão pouquíssima previsibilidade para o que ele quer fazer. Para nós economistas de formação, “arrumar a casa” costuma significar austeridade fiscal (redução de gastos públicos) e aumento da taxa de juros para reduzir a demanda, diminuir as importações e valorizar o câmbio, na tentativa de controlar a inflação – custe o que custar em termos de desemprego. No entanto, fora suas declarações de que o salário mínimo estaria alto demais, alegações de que seria necessário tomar “medidas impopulares”, e o histórico de Armínio na gestão FHC, falar em medidas concretas foi evitado na medida do possível, muito provavelmente por orientação dos publicitários do partido, preocupados em não gerar efeitos indesejados sobre a corrida eleitoral.
Já da parte de Dilma Roussef, o PT foi enfático de que a prioridade na economia é a manutenção do nível de emprego. Contudo, excetuando-se esse critério, embora em si ele já seja importantíssimo, o que efetivamente podemos esperar caso seja reeleita está em aberto, assim como qual será a estratégia para garantir o nível de emprego. A presidenta já declarou que caso seja reeleita o atual ministro Guido Mantenga deixará o cargo. Mas não sabemos ainda quem seria o próximo ministro, gerando todo tipo de boatos nos bastidores sobre quem estaria cotado para formar a nova equipe econômica. Honestamente, não sei o que esperar. Durante o governo Lula, Henrique Meirelles como presidente do BC fez uma gestão bastante ortodoxa em moldes não muito diferentes do que poderíamos esperar de uma gestão do PSDB, ao menos no primeiro governo, de 2002 a 2006. A falta de sincronia entre a política industrial, os Programas de Aceleração do Crescimento (PAC1 e PAC2) e a política macroeconômica restritiva levando a um câmbio sobrevalorizado foram características marcantes do período. Por outro lado, Dilma tentou pela primeira vez comprar a briga de reduzir a taxa básica de juros da economia brasileira e o juro final aos consumidores. No entanto, no ano seguinte perdeu a luta contra os interesses bancários, e a avalanche midiática sobre o terror da inflação praticamente forçou sua equipe econômica a elevar novamente os juros. Embora a relação entre os juros e inflação seja altamente questionável na economia brasileira (historicamente, o câmbio é uma variável mais importante para a inflação do que os juros), a pressão dos críticos foi forte demais. O que podemos esperar para os próximos quatro anos? Uma nova tentativa de redução dos juros, ou o retorno de medidas econômicas conservadoras para aplacar os ânimos do mercado financeiro, nos moldes do primeiro governo Lula? Esse é apenas mais um dos pontos que está em aberto, e que o debate eleitoral simplesmente ignorou.
Problemas e condições específicas que cada partido terá que enfrentar, e o que vai “sobrar” para nós
PSDB:
Talvez a possibilidade mais assustadora que um governo do PSDB traria para nós cidadãos comuns sem nenhuma influência política seja o grau de autonomia que a equipe econômica de Aécio teria para implantar todo tipo de “medida impopular”. Economia não é um curso obrigatório para ninguém, e a cultura da desinformação na mídia é enorme. Após 12 anos de PT no poder, existe a possibilidade de se realizarem todo tipo de descalabro econômico sob a alegação de que “o PT nos entregou um governo em condições péssimas e agora “infelizmente” temos que fazer o ajuste”. É praticamente certo que alguns de seus economistas centrais olhem com bons olhos essa possibilidade. Afinal, para quem realmente acha que economia é uma ciência como a física, o sonho é poder fazer experimentos científicos para ver o que acontece. Exceto que, ao contrário da física, os blocos que se movem são pessoas, e os experimentos costumam ter um custo humano elevadíssimo.
Entretanto, há pontos que vão na contramão disso. Esse grau de liberdade vai depender de até que ponto a população vai engolir esse tipo de retórica, legitimar cortes de gastos e precarização. A rigor, ao contrário de partidos de direita de outros países, no Brasil a direita não assume seus princípios e na TV toma como seus os compromissos tradicionalmente associados à esquerda, como o investimento em saúde e educação públicas. Quem estuda um pouco, participa do debate acadêmico ou trava as lutas burocráticas cotidianas por esses serviços sabe que a principal frente de oposição a esses serviços públicos está sempre do lado do PSDB, DEM e companhia. Porém, como a mensagem nunca é passada dessa forma no debate eleitoral, se eleito, o candidato terá feito uma série de compromissos e existe a possibilidade (embora baixa) de que seja cobrado pela população. Normalmente encararia essa possibilidade como nula. Mas, numa eventual presidência do PSDB, temos que contabilizar o fator de que parte significativa da capacidade de mobilização da sociedade só não gritava tão alto por conseguir dialogar com o governo. Com o PT fora do Planalto, centrais sindicais e os militantes do partido provavelmente voltariam a compor com a esquerda de oposição atual, praticamente ganhando carta branca para protestar (e ser reprimida com ainda mais veemência) – um cenário novo que, para jovens que como eu nasceram na década de 90 e não acompanharam o clima político dos anos FHC, seria algo também inédito.
Por fim, o PSDB terá ainda a dificuldade adicional de que não importa o que façam nesses 4 anos de governo, em 2018 parece fácil prever que todo o debate eleitoral girará em torno de comparações com os governos anteriores do PT. Caso o discurso de “a economia vai mal por culpa dos governos do PT” não seja legitimado pela população, será divertido ver o tamanho do contorcionismo que seus economistas terão que fazer para superar alguns indicadores dos últimos 12 anos. Medir o sucesso de um governo pela taxa de desemprego está mais que consolidado no debate público eleitoral, absolutamente nenhum economista sabe de verdade como controlar a inflação no Brasil sem ser valorizando brutalmente o câmbio, e reduzir a desigualdade é algo extremamente difícil de se fazer neste país, dada a blindagem contra impostos sobre a riqueza e o patrimônio, reforma urbana e a taxa de juros elevada. Com uma série de membros da sua equipe econômica sendo contra a valorização progressiva do salário mínimo e a favor de redução dos benefícios da previdência social, caso implementem essas medidas estarão preparando o terreno para um retorno triunfante de Lula em 2018, ou seja lá quem o ex-presidente queira alçar no cenário político. A equipe do PSDB parece colocar todas as suas fichas de que serão capazes de controlar a inflação, ou de que o aumento do desemprego necessário para controlar a inflação não será tão cataclísmico ao ponto de prejudicar uma reeleição (o compromisso do Aécio de acabar com a reeleição, segundo seu programa de governo, conta só a partir de 2022, por motivos óbvios). Resta saber se terão sorte suficiente para a inflação baixar nos próximos anos. Capacidade de reduzi-la sabemos que eles não tem.
PT
Nessas eleições o PT enfrentou a oposição mais forte nos últimos 12 anos. A polarização da sociedade é evidente, e tudo indica que mesmo se sair vitorioso como indicavam as pesquisas, a margem será muito pequena. Com o já referido congresso mais conservador dos últimos 50 anos, essa oposição só terá ainda mais voz. É evidente o desgaste crescente da população com o governo, desgaste com certeza mais insuflado pelo bombardeio midiático do que pelos indicadores econômicos, mas de toda forma, um desgaste. Dilma e sua equipe terão a tarefa mais árdua de todas: lutar contra o fim de um ciclo econômico, para não chegar em 2018 tendo apenas números piores que os atuais para apresentar nas eleições. Se isso ocorrer, podemos esperar um massacre eleitoral daqui 4 anos, pois se hoje já é difícil convencer parte significativa do eleitorado, será ainda mais difícil falar para o eleitor médio de que em 16 anos de governo não houve tempo para fazer essa ou aquela coisa.
De certo, a oposição será mais forte do que nunca, tanto dentro quanto fora do Congresso, o que coloca o governo numa situação complicada: ceder aos conservadores para aumentar a governabilidade, ou bancar uma briga e correr o risco de sair ainda mais fragilizado, sofrendo futuros vetos do Congresso? Seja lá qual a resposta que o partido pretende dar para esse contexto, ela deve vir logo no primeiro ano da reeleição e será definidora das políticas econômicas dos próximos quatro anos.
Conclusões finais
Torço para estar equivocado, afinal quase tudo em economia é um grande chute. De toda forma, a menos que tenha ignorado fatos importantes que alterem esse quadro geral, parece que os principais sinais dos últimos meses apontam para uma economia relativamente estagnada e condições externas desfavoráveis para um crescimento apoiado em exportações.
O maior desafio de um governo do PSDB seria “mostrar serviço” diante de um quadro pessimista, com a pressão das comparações com o governo Lula. Por outro lado, talvez a retórica de culpar o PT por tudo acabe legitimando (com aquele empurrão básico dos monopólios da mídia) um governo com indicadores sociais abomináveis e desempenho econômico pífio, porém útil para os credores da dívida pública brasileira e os grandes grupos econômicos – que, afinal de contas, financiam todos os candidatos maiores para diversificar o risco.
Já os desafios para um próximo governo do PT são ainda maiores. Recuperar os indicadores de 2002-2012 não será nada fácil, a superioridade numérica no legislativo não está garantida, o desgaste com a população é alto e a oposição será implacável. Para o amplo setor da esquerda que o apoia, caso eleito o PT teria uma dívida significativa de ampliar os ganhos sociais e manter a taxa de desemprego baixa. É possível conciliar tudo isso? Talvez seja necessária uma boa dose de sorte para que os ventos da economia mudem de lado. Para piorar, o governo estará o tempo todo sob a tentação de ceder aos interesses conservadores, que afinal se importam bem menos com siglas partidárias do que com qual a taxa de entrada de dinheiro no bolso – juro alto, mais PPPs, fim do reajuste do mínimo, etc, podem ganhar todo o apoio que necessitam da noite para o dia.
Para finalizar, minhas impressões dessa campanha: achei excelente ver o país democraticamente dividido e mobilizado. Não lembro de ver tanto movimento político desde que nasci, e para mim isso é uma ótima vitória. Tivemos a infelicidade de ter nossa democracia interrompida por alguma ditadura imbecil a cada 3 ou 4 décadas, é bom ver que finalmente há sinais de que poderemos avançar na conscientização democrática.
Quanto ao resultado das eleições daqui poucas horas saberemos qual equipe terá seus marqueteiros consagrados e a equipe econômica, encurralada.
Críticas, comentários e sugestões serão muito bem vindos.
[Obs: escrevi ano passado um texto analisando a influência crescente da religião na política brasileira e o que poderíamos esperar para o futuro. Infelizmente, até o momento as perspectivas apontadas ali se mostraram apuradas. Caso tenha interesse, segue o link.]
Caro Thomas Conti, li o seu artigo até o fim. É evidente que o mesmo tem uma visão ideológica por trás e não é isento apesar do esforço para tentar sê-lo. Eu sugiro uma coisa a vc. Veja qual os países mais desenvolvidos do mundo. (E não, não me refiro ao poder econômico – falo de desenvolvimento social: melhor educação, melhor saúde, melhor segurança, enfim, os melhores padrões de vida do mundo). Depois, mostre-nos, sob o seu ponto de vista econômico, como é que esses países chegaram aí. Um abraço.
Ótima dica, se rolar isso no futuro, eu voltarei aqui para consultar.
Quanto ao texto, ótimo exercício de previsão, é sempre bom pensar dessa forma, demonstrando os dois lados da moeda, assim quem está indeciso sobre os rumos que a nossa escolha numa eleição representa, consegue sair da leitura com muito mais embasamento.
Colega, que os deuses protejam os economistas do próximo governo!
Graças a Deus ja estou comentando livre da ” pprevisibilidade” do aécio, com a vitória da Presidente Dilma, tenho certeza, embora ñ vai ser fácil, que o país vá continuar o seu caminho para a justíça social, vai ser difícil, mas só o PT terá condições de fazer essa reforma social, até pelo histórico da oposição!
Gostando muito de conhecer seu trabalho. Não haverão as mudanças que precisamos se não mudarmos as concepções… “Precisamos sonhar novos sonhos, diferentes dos que aí estão”, como dizia Paulo Freire: http://pt.slideshare.net/alexandramcosta/carta-aberta-presidente-dilma :))
Num comentário breve, acredito que as eleições mostraram uma polarização crescente no Brasil, não somente por conta das candidaturas, mas por tantos outros fatores que poderíamos conversar futuramente. O que se pode tirar disso é que o debate político vem sendo mais constante na vida das pessoas. Acredito ser um grande avanço, independente da forma como são colocadas as pautas, pelo menos o interesse anda maior.
Como futuro economista, também partilho de uma identificação pessimista para os próximos anos, independente do governo que poderia seguir. A repercussão disso para os rumos políticos do Brasil é direta: as bancadas cada vez mais posicionadas e se distanciando, os partidos negociando cada vez mais suas pautas entre eles, disputas internas mais acirradas.
Comparando as duas imagens, entendo que a necessidade do PT se reformular já se mostrava latente antes mesmo de 2014, a tendência é se intensificar.
Imagino um 2018 com um PT de menor força eleitoral, independente da sua possível reformulação interna.
Como você disse, é comum no Brasil, historicamente, da direita não se posicionar de forma mais contundente que nos outros países, mas seus representantes cada vez mais mostram as facetas dessa direita. O PSDB, que, à princípio, não seria um partido da direita, hoje dialoga diretamente com os setores conservadores e cada vez mais se encontra polarizado. Com um congresso nesse nível, a pressão oposicionista será bem forte e o próprio PSDB pode se aproveitar bastante disso. Mas também não é garantido que a direita se encontre no PSDB, podendo se diluir em outros até mais identificados com ela, talvez apenas como uma tentativa de se opor ao governo petista.
Identificando algumas repetições que você fez sobre a escolha de candidatos, que historicamente no Brasil é submetida a uma ditadura, não descarto a possibilidade dela voltar dentro dos próximos 10 anos de novo com o mesmo discurso de 64, de “livrar o Brasil de um mal maior”. Isso com base no discurso midiático que andou sendo construído nos últimos anos e que podemos verificar em exemplos diversos.
De qualquer forma, são sinais que a política anda mais perceptível para a população. O que fazer com isso é que preocupa e nos cabe interferir de alguma forma.
[…] Depois de encerrados os votos mas ainda antes de sabermos quem tinha sido eleito presidente, publiquei um artigo com minhas considerações sobre o que poderíamos esperar de um governo Dilma ou de um governo Aécio. Não tenho filiação partidária e publiquei depois de apurados os votos para ninguém ter dúvida de que não era minha intenção influenciar leitores. Caso tenha interesse nessa análise, ela está aqui no blog: Entre gritos, o silêncio: uma tentativa de análise fria do próximo mandato presidencial. […]
Descobri seu blog ontem na rede e vou passar a acompanhá-lo regularmente. As eleições despertaram em mim o interesse por matérias sobre política e economia. A intensidade do momento político brasileiro é propícia para reativar nosso apetite animal opinativo. O pleito veio provar isso. Sou jornalista das pautas de arte e cultura, mas nunca perco o foco de leitura sobre os bons articulistas que escrevem sobre política e economia. Você, talvez, por ser jovem, traz uma visão diferenciada e menos comprometida com as projeções da mídia oficial. Obrigado por eu poder contar com os textos de seu blog. Não esquecerei de indicar a fonte, caso venha a compartilhá-lo entre meus amigos. Um abraço.
Excelente artigo, Parabéns!!!
[…] A mensagem que esses dados mostram é que não podemos tomar as oscilações de um dia para o outro como representativas do comportamento de longo prazo da economia. Nos noticiários sempre se dá grande atenção para o que aconteceu com a Bolsa no dia, mas nem uma alta na Bolsa é garantia de bom desempenho futuro, nem uma baixa na Bolsa é garantia de desempenho ruim. Como o aumento dos juros do dia 30 evidencia, agradar os grandes financistas que representam a maior parte do dinheiro que circula na Bolsa é politicamente muito fácil (embora extremamente custoso aos cofres públicos). As dificuldades se dão em outra dimensão do problema, que comentei com um pouco mais de detalhamento em artigo logo antes de sabermos quem seria o presidente eleito. […]